A PEDAGOGIA DO SONHO DE PAULO FREIRE E A PRÁXIS FILOSÓFICA NUMA PERIFERIA DE VITÓRIA
Nome: NADIRA PEREIRA DO NASCIMENTO
Data de publicação: 29/10/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ANTONIO VIDAL NUNES | Examinador Interno |
| JOSÉ SOARES CHAGAS | Examinador Externo |
| MARCO RAMPAZZO BAZZAN | Presidente |
Resumo: Realizada na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Aflordízio Carvalho da Silva, localizada no bairro da Penha, em Vitória (ES), e tendo como referencial teórico as contribuições de Paulo Freire, esta pesquisa investiga como o ensino de Filosofia pode despertar sonhos em estudantes do ensino médio de uma escola da periferia, diante dos desafios impostos pelo modelo educacional neoliberal. Seus objetivos foram: destacar os efeitos inibidores do pensamento crítico decorrentes da implementação do neoliberalismo educacional no Espírito Santo; investigar, em Paulo Freire, os fundamentos de uma crítica a esse sistema; e adaptar a metodologia dos Círculos de Cultura ao ensino de Filosofia como prática voltada ao despertar de sonhos, visando ao aprimoramento de uma leitura crítica da realidade nas periferias da Grande Vitória. Os Círculos de Cultura foram realizados com estudantes de 5 turmas do 1o ano do ensino médio, com o objetivo de identificar suas “situações-limite” no Território do Bem,
tendo como eixo a questão do sonho. A decodificação dessas narrativas ocorreu por meio de encontros com líderes e participantes de movimentos e coletivos ativos nas comunidades, que apresentaram aos discentes projetos voltados à transformação de sua realidade. A partir desses encontros, emergiu o tema gerador: “É impossível existir sem sonhos.” Esse tema orientou a síntese cultural, que se concretizou na elaboração de poemas de slam e grafites. A experiência revelou-se um autêntico inédito viável, evidenciando que o ensino de Filosofia, ancorado em uma perspectiva freiriana, pode promover uma educação crítica, humanizadora e libertadora nas periferias da Grande Vitória, conectando-se de forma significativa às práticas sociais e às expressões artísticas — como a poesia e o graffiti — que atravessam e animam essas realidades.
