AUTOIMAGEM E ENCARCERAMENTO: O resgate da interioridade em Zigmunt Bauman
Nome: TIAGO FERREIRA DA SILVA
Data de publicação: 15/04/2025
Orientador:
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MARCELO MARTINS BARREIRA | Orientador |
Banca:
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ADRIANA MATTAR MAAMARI | Examinador Externo |
ANTONIO VIDAL NUNES | Examinador Interno |
MARCELO MARTINS BARREIRA | Presidente |
Resumo: A presente dissertação reflete sobre a trajetória existencial do autor e sua escolha pela linha de pesquisa em educação, especialmente no contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em unidades prisionais. O autor relata sua experiência como
professor, iniciada em 2007, quando atuou no projeto "Alfabetização é um Direito", alfabetizando adultos, incluindo seus próprios pais. Em 2012, passou a lecionar Filosofia para jovens e adultos em situação de privação de liberdade, experiência que
o marcou profundamente e o motivou a investigar a ressignificação da identidade desses estudantes por meio da Filosofia e do autorretrato. A pesquisa aborda a importância da EJA no sistema prisional, destacando que muitos dos estudantes são oriundos de comunidades marginalizadas, com baixa escolaridade e histórias de exclusão social. O autor utiliza a obra de Zygmunt Bauman, especialmente os conceitos de "modernidade líquida" e "identidade", para analisar como a Filosofia pode contribuir para a formação humana e a ressignificação da identidade dos estudantes encarcerados. A pesquisa também discute os desafios da
educação em prisões, como a falta de políticas públicas eficazes e a necessidade de um currículo contextualizado que considere as trajetórias de vida dos estudantes. O autor propõe uma intervenção prática baseada na produção de autorretratos, visando estimular o autoconhecimento e a reflexão filosófica entre os estudantes. A atividade artística é vista como uma ferramenta para resgatar a identidade e a interioridade dos estudantes, permitindo que eles se reconheçam como sujeitos capazes de transformação. A pesquisa inclui relatos de estudantes que demonstram como a educação e a Filosofia têm impactado suas vidas, ajudando-os a repensar suas trajetórias e a projetar um futuro diferente. Por fim, o autor reflete sobre a importância da educação como um instrumento de libertação e ressocialização, destacando que, apesar das dificuldades, é possível promover mudanças significativas na vida dos estudantes encarcerados. A pesquisa conclui que a Filosofia, aliada a práticas pedagógicas sensíveis e contextualizadas, pode contribuir para a construção de identidades mais autônomas e fortalecidas, preparando os estudantes para uma reinserção social mais digna e consciente.