A retomada ricoeuriana da compreensão kantiana da religião como garantia da garantia
Resumo: O projeto enfocará a última seção do livro de Ricoeur intitulado Leituras III: Nas fronteiras da filosofia (RICOEUR, 1996, 163-204). Ricoeur se escora em Kant para reconhecer, em princípio, dois traços antropológicos observáveis. Esses traços teriam gerado a moral deontológica kantiana e as duas formulações do imperativo categórico. Uma primeira formulação Age apenas segundo a máxima que faz com que possas querer ao mesmo tempo em que ela se torne uma lei universal (RICOEUR, 1996, 176) dá conta da justificação última da moralidade pelo enunciado transcendental da autonomia com a liberdade legisladora de si mesmo; a segunda Age de tal maneira que trates a humanidade tanto em sua pessoa quanto na pessoa de qualquer outro ao mesmo tempo como fim e jamais simplesmente como um meio (RICOEUR, 1996, 176) , estabelece o enunciado normativo e não empírico como critério supremo da moralidade. Sem maiores explanações, diríamos que essa dupla formulação, acompanhando Ricoeur, fundamenta a moral, mas nada trazem sobre a esperança de satisfação do critério da vontade boa. A religião fala das condições dessa esperança, fazendo da religião uma consequência necessária da moralidade. Isso ajuda a entendermos a abordagem teológica da Regra de Ouro. A religião, na perspectiva kantiana, é a garantia da garantia ou um princípio-esperança. A religião situa a experiência moral e qualquer outra experiência no que o pensador francês chama de perspectiva da economia do dom (RICOEUR, 1996, 177).
Data de início: 03/08/2015
Prazo (meses): 12
Participantes:
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Coordenador | MARCELO MARTINS BARREIRA |