Fenomenologia da Religião e Cristianismo das origens no pensamento do jovem Heidegger (1916-1926)

Resumo: O presente projeto pretende sinteticamente, em uma primeira fase da pesquisa, reconstruir a genealogia do conceito da “experiência fática” da vida no pensamento do jovem Heidegger (1916-1926), realizando uma breve contextualização da influência que nele exerceu a leitura dos místicos medievais e da hermenêutica teológica de Schleiermacher e Dilthey. A partir do influxo desses autores, Heidegger vai elaborando sua “fenomenologia da vida” em termos de uma ciência originária estreitamente ligada ao paradigma préteórico da consciência religiosa. A experiência da história que brota da autocompreensão que o indivíduo tem de sua situação em cada caso é o que leva Heidegger a uma reinterpretação hermenêutica do método fenomenológico de seu mestre Husserl, obrigando-o a uma reconsideração das operações gerativas do eu transcendental, pelas quais estas se convertem no projeto de vida historicamente situado em um ser-aí que faticamente se encontra a si mesmo no mundo. Em suma: o projeto aborda especialmente as primeiras lições do jovem Heidegger no contexto mais amplo de sua relação com o Cristianismo das origens e a partir do entrelaçamento sutil entre “vertente fenomenológico-teológica”, de um lado, com os anos do ensino em Freiburg (1919-1923), e “vertente fenomenológica geral”, de outro lado, no período de Marburg (1923-1927) com uma uma orientação fenomenológica vazia de suas referências às fontes da tradição cristã. Assim, depois de fazer uma leitura fenomenológica da religião tratando da facticidade no cristianismo primitivo, Heidegger prossegue sua investigação abordando o sentido do ser da vida em Agostinho a partir da análise do livro X das Confissões.

Data de início: 2011-05-05
Prazo (meses): 12

Participantes:

Papel	Nome
Coordenador	Jorge Augusto da Silva Santos