Hermenêutica fenomenológica e praxis filosófica: as primeiras interpretações heideggerianas dos textos de Aristóteles em Marburg (1923-1926).
Resumo: Trata-se da confrontação fenomenológica de Martin Heidegger com os textos de Aristóteles sob uma perspectiva marcadamente ontológica no período de docência do filósofo alemão em Marburg. A investigação visa a determinação da pesquisa principial da Física de Aristóteles: o ente no como (Wie) do seu ser-movido (Bewegtsein), o movimento, como fenômeno fundamental. Com base nesse tema fundamental, o problema consistirá no exame da estratégia metodológica de Heidegger a partir interpretação hiperbólica dos textos no gesto indivisível da destruição reiterativa do filósofo grego. Sob o fio condutor da mobilidade da existência, outras possibilidades latentes salvaguardas por Aristóteles serão examinadas, a saber: a questão do sentido da conceitualidade filosófica na tradição e no solo atemporal do Dasein (ser-aí); a estrutura apofântica do logos; a negatividade do poder discursivo humano; a negatividade de aletheia; a doutrina aristotélica das paixões (pathe) e do medo (phobos). A fenomenologia heideggeriana deu vitalidade ao pensamento de Aristóteles para mundo contemporâneo, ou seja, injetou sangue nos textos dos filósofos gregos. A leitura heideggeriana desenvolve, portanto, a formulação radical de sua hermenêutica da facticidade, ou seja, sua significação não teórica mas, ao contrário, prática enquanto modo de existência. Trata-se aqui da significação do gesto e do ato filosófico enquanto práxis filosófica. Considerando as tensões e inconsistências da apropriação heideggeriana de Aristóteles no período de docência em Marburg isto é, ora investigando a conceitualidade específica da filosofia grega como algo enraizado em experiências fundamentais específicas, localizadas historicamente, ora fundando a história mesma no solo (Boden) atemporal da conceitualidade radicada no próprio Dasein , surge a questão específica: mesmo com a ênfase ontológico-conceitual, vida fática poderá ser apropriada autenticamente sem destruição histórica? Praxis poderá ser compreendida em si mesma autenticamente sem teoria? Evidências da plausibilidade desta hipótese estão na declinação da teoria sobre a formação conceitual nos §§ 4 e 23 da preleção Grundbegriffe der aristotelischen Philosophie de Martin Heidegger.
Data de início: 15/08/2023
Prazo (meses): 24
Participantes:
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Coordenador | JORGE AUGUSTO DA SILVA SANTOS |