Reconstrução do conceito de intersubjetividade em Hegel

Nome: Cleiton Gil Barbosa
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/02/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
José Pedro Luchi Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Filipe Augusto Barreto Campello de Melo Examinador Externo
Jorge Luiz Viesenteiner Examinador Interno
José Pedro Luchi Orientador

Resumo: A questão da intersubjetividade recola Hegel sob evidência no debate filosófico do cenário contemporâneo. É que esse cenário cada vez mais abdica de fundamentações metafísicas para justificação de práticas e instituições atendo-se mais a justificações que busquem o ancoramento social. Nesse sentido, Hegel reaparece no debate contemporâneo devido à característica atribuída a seus escritos de juventude de preferência teórica por modelos comunicativos para se pensar a existência social do ser humano. A intersubjetividade surge em Hegel como saída para as aporias da filosofia da subjetividade, as quais se referem a um conceito de razão solipsista incapaz de cogitar a vida social de forma orgânica, mas antes como força e coerção. Para Habermas e Honneth sobram intuições nas obras do jovem Hegel para se pensar um modelo de razão que tenha sua origem nos pressupostos comunicativos de parceiros de interação. A dissertação apresenta a literatura no tema em duas linhas gerais as quais divergem quanto à posição da intersubjetividade nos textos de Hegel: a primeira defende que o conceito não se solidifica ao longo da teoria do filósofo, bastando a sua época de juventude devido a problemas teóricos encontrados; já a segunda, entende que Hegel modifica, entretanto, não anula o ponto de vista segundo o qual é através da intersubjetividade que o humano alcança sua própria realização como liberdade. Expondo como a intersubjetividade se comporta nos dois momentos da filosofia hegeliana, a reconstrução aqui exposta defende que Hegel não abdica de suas intuições de juventude sobre o tema, mas antes o altera, tendo em vista superar o ancoramento naturalista do conceito e sua ligação extrema com a eticidade clássica como é visto nos textos de juventude. Como é demonstrado, a alteração do tema ocasiona a possibilidade de se inserir Hegel no debate contemporâneo de forma mais fecunda do que antes: é que com a alteração, a intersubjetividade se torna requisito para a realização da vontade livre individual, ao passo que os pressupostos comunicativos gerados na interação se tornam o ancoramento social e teórico no qual práticas e instituições provam sua justiça e razão de ser. O desenvolvimento da filosofia de Honneth apresenta os dois momentos: inicialmente, como é exposto, ele defende que o jovem Hegel é o único capaz de fornecer intuições fecundas a contemporaneidade; posteriormente, revisando a obra do Hegel maduro, passa a entender que o filósofo moderno abrange a questão da intersubjetividade e reconhecimento para a da liberdade e sua condição. A dissertação busca entender o conceito de intersubjetividade ao longo da obra de Hegel apontando para sua função teórica em cada momento bem como as insuficiências e suficiências da filosofia de Hegel. Através desse recorte, entende-se também o pensamento de Axel Honneth sobre o tema, assim como a transformação que o mesmo realiza em seu desenvolvimento teórico.

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