ARTE DO CONSOLO DESTE LADO DE CÁ: Considerações sobre o projeto de uma fisiologia da estética de Nietzsche

Nome: Gabriel Herkenhoff Coelho Moura
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 18/02/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Jorge Luiz Viesenteiner Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Antônio Edmilson Paschoal Examinador Externo
Henry Martin Burnett Junior Examinador Externo
Jorge Luiz Viesenteiner Orientador

Resumo: A tarefa que assumimos neste trabalho foi colocar a pergunta: como podemos interpretar o fato de que as reflexões sobre arte de Nietzsche, ao menos em parte, terem vindo-a-ser realizadas por meio de uma fisiologia da estética (cf. GM III 8; CW 7)? Antes de pretendermos esgotar o assunto, tentamos compreender a possibilidade de elaboração coerente desse problema ao longo do caminho de pensamento nietzschiano. Mas, para tanto, precisamos lidar com as variações de perspectiva próprias de uma filosofia que não se pretende sistemática e assume suas tensões. Essa dimensão do pensamento de Nietzsche torna-se bastante clara em 1886, ano no qual ele escreve novos prefácios para seus cinco livros publicados até então: O Nascimento da Tragédia, Humano, demasidado humano I e II, Aurora e A Gaia Ciência. Com tais prefácios, Nietzsche buscava indicar o caráter unitário de sua obra, ou, como ele mesmo diz, apresentar a história de um desenvolvimento. E justamente a seu primeiro livro ele adicionou um prefácio intitulado Tentativa de Autocrítica, no qual aponta para os aspectos que inserem o livro no todo de sua obra, mas, também, busca se distanciar do que diz ser nele uma metafísica de artista. No Capítulo I, buscamos apresentar essa tensão, indicando as convergências e divergências de O Nascimento da Tragédia com o todo da obra nietzschiana a partir de um confrontamento com sua Autocrítica. Após fazermos isso, procuramos mostrar no Capítulo II como, já em Humano, Nietzsche apresenta uma reorientação de sua estética, o que em Aurora e A Gaia Ciência se consolida com o enraizamento da moral, da filosofia e das artes na fisiologia, a qual argumentamos poder ser lida como logos da physis. No Capítulo III, indicamos como o ganho do âmbito fisiológico constitui o solo sobre o qual Nietzsche pensa o problema da inferência regressiva que o leva à sua distinção dos valores artísticos entre empobrecimento e abundância (cf. GC 370). Por fim, discutimos como o exercício autocrítico nietzschiano e a inferência regressiva convergem em O Caso Wagner na antinomia entre Wagner e Bizet e na autoencenação nietzschiana como décadent que reconheceu sua doença, seu wagnerismo, e conquistou saúde e abundância.

Palavras-chave: fisiologia da estética; autocrítica; inferência regressiva; empobrecimento; abundância.

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