UM ESBOÇO DO CETICISMO METAFILOSÓFICO CONTEMPORÂNEO

Nome: CONRADO VASCONCELOS GONÇALVES

Data de publicação: 27/02/2025
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSE RENATO SALATIEL Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALDO LOPES DINUCCI Examinador Interno
FILIPE HERKENHOFF CARIJÓ Examinador Externo
JOSE RENATO SALATIEL Presidente

Resumo: O presente trabalho investiga a tese do ceticismo metafilosófico tal como ela tem sido apresentada e discutida recentemente, os argumentos a seu favor, as reações às implicações desta forma de ceticismo à prática da filosofia tradicionalmente entendida
como busca por estados epistêmicos ideais, e a possibilidade de se viver enquanto se identificando como um cético sobre a filosofia. Primeiro, analisa os componentes da concepção tradicional de filosofia enquanto filosofia epistêmica, assim como o conceito e formas de ceticismo, para determinar em que sentido a tese do ceticismo metafilosófico é um ceticismo oposto à filosofia, concluindo ser ele a tese segundo a qual (i) filósofos não possuem um estado epistêmico ideal relevante acerca das teses filosóficas que eles propõem; (ii) filósofos devem, portanto, suspender a crença ou diminuir a sua confiança alta nessas teses. Em seguida, apresenta os argumentos a favor da tese cética metafilosófica de que filósofos não possuem a crença racional acerca das teses filosóficas que eles propõem e devem, portanto, suspender a crença ou reduzir a confiança alta nelas, dando atenção especial aos argumentos epistemológicos que apelam à noção de derrotadores epistêmicos. Em seguida, apresenta argumentos para a implicação de que a tese defendida de ceticismo metafilosófico leva não apenas à irracionalidade da prática
da filosofia, mas ao que foi chamado de “dilema do filósofo sincero”: ou o filósofo deve abandonar a sua sinceridade de sua crença em suas próprias posições filosóficas para ser racional, ou ele deve abandonar a sua racionalidade para propor a posição filosófica na qual ele sinceramente crê. Diferentes respostas ao dilema são apresentadas e avaliadas. Após concluir que elas são insatisfatórias, apresenta três problemas para aqueles que desejam se identificar como céticos metafilosóficos: o problema da autorrefutação, o problema do emaranhamento entre o filosófico e o não filosófico, e o problema da apraxia. Esboça em resposta a esses problemas um modelo de cético metafilosófico consistente inspirado no modelo do cético proposto por neopirrônicos. Finalmente, discute a questão de o cético metafilosófico consistente ser ou não no fundo um neopirrônico, e conclui que, pelo contrário, o pirronismo e o neopirronismo são manifestações particulares da atitude do ceticismo metafilosófico enquanto atitude.

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