A CRÍTICA NIETZSCHEANA À MODERNIDADE, A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO DA NOÇÃO GREGA DE INTERIORIDADE
Nome: RODRIGO FERREIRA DOS SANTOS
Data de publicação: 29/11/2024
Banca:
Nome | Papel |
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RICARDO BAZILIO DALLA VECCHIA | Examinador Externo |
WANDER ANDRADE DE PAULA | Presidente |
WILLIAM MATTIOLI | Examinador Externo |
Resumo: O objetivo central do presente trabalho é analisar a crítica nietzscheana à modernidade a partir da seção 13 de O nascimento da tragédia, em que o autor apresenta a hipótese de que há, com Sócrates, a emergência de uma nova forma de interioridade, da qual toda a cultura ocidental é herdeira. Para examinar essa crítica, a pesquisa se desdobra em três frentes de análise complementares: (i) abordagem da denominada questão socrática com intuito de evidenciar o tratamento e status da figura de Sócrates apresentada pelo autor dessa obra. Em tal contexto, o filósofo ateniense é descrito a partir de seu caráter ambivalente, o qual se expressa através de dois sentidos de daimon, a saber: o daimon como uma voz interior que obstava o filósofo ateniense em momentos particulares em que sua consciência não atuava, e a imagem do próprio Sócrates enquanto um daimon; (ii) análise da crítica nietzscheana à modernidade como processo de racionalização da existência, por meio do estabelecimento de um diálogo com o tema do trágico no jovem Nietzsche; (iii) apresentação da hipótese de que, ao criticar o processo de racionalização da existência, Nietzsche elabora uma noção de interioridade baseada em forças pulsionais/instintivas que atuam de forma afirmativa e criativa, enquanto a consciência assume um papel dissuasor e crítico. Com essa forma de interioridade, Nietzsche
avalia criticamente a subversão funcional presente na interioridade emergente na figura de Sócrates que, em um primeiro momento, tem a consciência atuando na função afirmativa-criativa e a sabedoria instintiva operando como dissuasora