O avesso da palavra: tese sobre o silêncio e a esperança

Nome: SUZANA DE ALVARENGA LOURETE

Data de publicação: 29/05/2024

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BRUNELA VIEIRA DE VINCENZI Presidente
ÉRICO ANDRADE MARQUES DE OLIVEIRA Examinador Externo
HALINA DE MACEDO LEAL Examinador Externo
MARCELO MARTINS BARREIRA Examinador Interno
RICARDO CORREA DE ARAUJO Examinador Interno

Resumo: A pesquisa, de modo bem geral, se volta ao problema da racionalidade nas teorias de
reconhecimento e de justiça. A partir da tradição da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt,
analisa-se a ética discursiva desenvolvida na Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen
Habermas. Em especial, como que, apoiado nos conceitos lógicos de identidade e
autonomia, Habermas acaba por idealizar uma comunicação autorreferenciada e pouco
aberta à alteridade de outras cosmopercepções sobre a realidade. Assim, quando
pensamos a vida comunitária (política dos comuns) deixamos de lado interpretações e
interações que não se submetem aos princípios da lógica ocidental, tal qual expresso em
teorias liberais. Os fundamentos dessa abstração estão naquela tradição burguesa, cuja
valorização epistêmica privilegia os processos da racionalidade, de uma estrutura de
pensamento autônoma e autenticamente humana de se interpretar a Realidade e,
consequentemente, de organizar o Mundo da Vida. Como herança colonial, o modo de se
fazer teoria critica se guia pelas análises lógicas da construção social, dos direitos
humanos e da própria História. Portanto, as fontes dessas pretensões de legitimidade
normativa são conceitos abstratos, extraídos das idealizações iluministas de um humano
altivo à Natureza. Essa estrutura do pensar é extremamente apropriada ao capitalismo,
mormente em seu estágio atual. As consequências climáticas do Antropoceno somado à
virtualização de nossas relações intersubjetivas não estão desassociados da evasão dos
espaços coletivos e da perda de significado sobre vida política. Portanto, esta pesquisa
busca uma metodologia que seja capaz de percorrer esse mundo letrado da filosofia
ocidental em seu avesso; na tentativa de compreender como modos de vida silenciados se
inscrevem no tempo/história enquanto “filosofias insuspeitas” e se manifestam no Mundo
da Vida pelo Encantamento. Por fim, defende-se que a gestão política dos afetos não se
pauta pelo ideário liberal do reconhecimento dialético, mas pela capacidade de afetação
de uma subjetividade-coletiva e situada, cuja consciência-de-nós se enraíza em
Pertencimento. Dessa feita, a Ética do Encantamento se manifesta no Mundo da Vida
como modos de nanoresistências cotidianas e de efetivação de Justiça.

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