"Pois quem pode viver sem ter desgostos que vá vivendo": suicídio e raça no contexto da necropolítica
Nome: JOÃO PAULO OLIVIO SANTANA
Data de publicação: 25/01/2024
Banca:
Nome | Papel |
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DANIEL ARRUDA NASCIMENTO | Presidente |
LUCIO VAZ DE OLIVEIRA | Examinador Interno |
WILLIAM COSTA FILHO | Examinador Externo |
Resumo: Este trabalho intenciona refletir de modo filosófico sobre a relação entre
raça e morte voluntária representada em suas variantes, o suicídio e
autossacrifício. Para isso, foi escolhido, dentre outras abordagens do tema,
a filosofia decolonial como ponto de referência para essa dissertação. Dois
filósofos da escola decolonial alimentaram as reflexões acerca da
problemática: o psicanalista e psiquiatra martinicano Frantz Fanon, que
contribui através de sua crítica ao colonialismo francês fundada, em grande
parte, na dialética do senhor e do escravo hegeliana; e o historiador e
filósofo Achille Mbembe, que contribui com as noções que permeiam seu
trabalho sobre necropolítica. A reboque das distinções entre os
pensamentos e abordagens dos autores, este trabalho empenhou
compreendê-los através de dois pontos de vistas distintos: o da raça através
da experiencia do escravo, onde refletimos sobre a relação entre o regime
escravista, representado na figura do senhor, e o escravo a partir da
dialética hegeliana interpretada por Fanon em Pele Negra, Máscaras
Brancas; e o da raça através do ponto de vista necropolítico, onde foi
percebido que o suicídio serve ao necropoder, tal qual qualquer outra
morte, assim como aparece no ensaio Necropolítica de Achille Mbembe, e
na medida em que o necropoder objetiva eliminar as populações
racializadas.