É A DIALÉTICA UMA CIÊNCIA POLÍTICA? UM ESTUDO POLÍTICO-FILOSÓFICO DO POLÍTICO DE PLATÃO
Nome: WERIQUISON SIMER CORBANI
Data de publicação: 24/11/2023
Banca:
Nome | Papel |
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ALDO LOPES DINUCCI | Presidente |
INÁCIO VALENTIM | Examinador Externo |
IZABELA AQUINO BOCAYUVA | Examinador Externo |
JORGE AUGUSTO DA SILVA SANTOS | Examinador Interno |
MARCOS FONSECA RIBEIRO BALIEIRO | Examinador Externo |
Resumo: A tese investiga se a dialética é uma ciência política no Político de Platão. Inicialmente, nosso foco foi analisar as ocorrências da dialética nos diálogos médios para compreender a aplicação do método das hipóteses, que atinge seu cume na República. A partir daí, Platão começa a fazer uso do método de reunião e divisão, característico das obras tardias. A dialética do Político segue a mesma estrutura daquela apresentada no Sofista, com exceção do seu conteúdo. No Político, a preocupação central é definir a ciência exclusiva do homem político ( ). Mas a tarefa de distinguir a competência do político da do dialético nunca é fácil, uma vez que essas temáticas se entrelaçam ao longo de todo o diálogo. Diante disso, o estudo passa a examinar as características fundamentais de uma e de outra à luz do paradigma da tecelagem que é, ao mesmo tempo, paradigma tanto para a dialética (porque faz uso das operações syncrítica e diacrítica), quanto para a ciência política (porque tece as diferenças com vistas a produzir um tecido de qualidade). Vemos, então, no curso da análise, que a produção da unidade cívica da polís só é possível porque o político sabe fazer uso de um tipo de inteligência prática () que está relacionada a uma espécie de medida qualitativa, que leva em conta o tempo oportuno ( ), a conveniência ( ) e a justa medida ( ). E é essa competência que faz com que a ação do político seja prescritiva e diretiva (, ). Por fim, ao mostrar a distinção e a articulação entre dialética e ciência política, a tese mostra também que o político é o filósofo da ação na vida prática.