A facticidade da vida nas origens cristãs: uma leitura das interpretações heideggerianas de Paulo a Agostinho

Nome: João de Paula Dias Junior
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/07/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Jorge Augusto da Silva Santos Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Jorge Augusto da Silva Santos Orientador
Marcelo Martins Barreira Suplente Interno
Marcos Aurélio Fernandes Examinador Externo
Renato Kirchner Examinador Externo
Ricardo Corrêa de Araujo Suplente Interno

Resumo: Este trabalho busca analisar as origens cristãs da facticidade no desenvolvimento
filosófico do jovem Heidegger, baseando-se nas duas primeiras preleções da GA 60,
quais sejam, a “Introdução à Fenomenologia da Religião”, preleção friburguense do
semestre de inverno de 1920/1921, e “Agostinho e o Neoplatonismo”, do semestre de
verão de 1921, analisando o cristianismo primitivo, mais especificamente a situação
paulina, para se chegar à reflexão agostiniana sobre a moléstia e as tentações como
caminho constitutivo da vida fáctica. Assim, o trabalho busca fazer uma reflexão da
leitura fenomenológica que Heidegger faz de algumas cartas paulinas e do livro X das
Confissões de Agostinho, buscando se reconhecer no cristianismo um exemplo concreto
de vivência da facticidade. Para isso, primeiro será feito um apanhado geral do que seja
a vida fáctica na tradição filosófica e como Heidegger a desenvolve nos seus primeiros
escritos, para assim se trazer um projeto de genealogia da facticidade e edificar uma
base estrutural de conceitos para que seja possível dar o segundo passo, que é analisar a
experiência fáctica no cristianismo primitivo, buscando assim um esclarecimento sobre
as estruturas da facticidade cristã para, então, compreender-se a experiência fáctica da
situação do apóstolo Paulo. Martin Heidegger entende que o apóstolo conseguiu
desenvolver com clareza nos seus escritos a vivência original cristã, que não se fecha
objetivamente, mas se dá existencialmente na facticidade. Na sequência, o próximo
capítulo propõe um olhar sobre a leitura fenomenológica de Heidegger do Livro X das
“Confissões” de Agostinho de Hipona. Neste ponto se nota como o curare e a tentatio
se dão enquanto caráter fundamental da vida fáctica, trazendo a moléstia como o peso
da vida diante da existência e as tentações como forma de se viver a humanidade
autenticamente.

Palavras-chave: Martin Heidegger; fenomenologia; cristianismo; vida fáctica; Paulo;
Agostinho de Hipona.

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