Estética e Metafísica neoplatônica no Diálogo De Ordine de S. Agostinho (354-430)
Resumo: O projeto examina o diálogo De Ordine de Agostinho de Hipona (354-430) com o objetivo de explicitar a reflexão sobre Estética e metafísica neoplatônica. Para escrever este diálogo, Agostinho se retirou em 386 para a casa de campo do gramático Verecundo, que se encontrava em Cassicíaco, uma localidade situada a uns 20 quilômetros de Milão, hoje identificada pela maioria dos estudiosos com Casciago de Brianza. Aí Agostinho permaneceu durante seis meses com seus discípulos, parentes e amigos (Alípio, Navígio, Licêncio, Trigécio, etc.), para viver o otium philosophandi (= o ócio de filosofar) , ocupando-se em trabalhos manuais, em exercícios literários (a leitura explicada do poeta Virgílio), em conversações filosóficas até março de 387 . Foram tais conversações que originaram os seus primeiros Diálogos: Contra Acadêmicos, De Beata Vita, De Ordine. Através da comparação desses diálogos é possível especificar o tipo de filosofia ao qual Agostinho encontrou refúgio. Ela é, antes de tudo, uma forma de ócio, uma vida subtraída aos empenhos profissionais. O ócio é qualificado como liberal, certamente em referência às disciplinas liberais, mediante as quais a alma é medicada. Em segundo lugar, a filosofia é a condição de uma alma que se recolhe em si mesma. Em terceiro lugar, esta filosofia exige um desprendimento total do sensível seja em sentido ético, seja em sentido gnosiológico. A partir deste tipo de filosofar Agostinho esboça uma reflexão sobre a ordem do mundo e a Providência sob o influxo do neoplatonismo via Plotino e/ou Porfírio de Tiro.
Data de início: 2009-08-01
Prazo (meses): 12
Participantes:
Papel | Nome |
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Coordenador | Jorge Augusto da Silva Santos |