Religião da arte e tragédia grega na fenomenologia do Espírito de G. W. F. Hegel

Nome: Márcio Lourenço Garcia
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 04/02/2013
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Edebrande Cavalieri Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Edebrande Cavalieri Orientador
Frederico Pieper Pires Examinador Externo
José Pedro Luchi Examinador Interno

Resumo: A tragédia grega, no esquema hegeliano, é situada como um sinal eloqüente do momento final da religião da arte, pois, é nessa etapa que se efetua um doloroso cisma entre as leis do Estado e as leis da família. Então, na tragédia, a necessidade do conceito, ainda inconsciente-de-si, se aproxima do conteúdo de vida do destino do herói trágico, assim como a linguagem do aedo deixa de ser impessoal (como na epopéia) e participa ativamente desse conteúdo como ator. Este participa ativamente do drama e interfere no mesmo, sua linguagem denota o pathos do herói. A tragédia antiga começa, pois, a realizar a unidade dos deuses tão reclamada pelos filósofos da antiguidade, e irá desembocar na comédia onde se processará a absolutização do Si e a passagem da consciência feliz para a consciência infeliz. A progressiva manifestação do Espírito pode ser traduzida pelo movimento de saída da substância imediata, visto na religião da arte, que suprassume os momentos da obra-de-arte abstracta e da obra-de-arte vivente, a resultar na obra-de-arte espiritual. Esse movimento consiste no sair da substância em direção ao Si, pois, este reivindica o reconhecimento da sua singularidade pelo coletivo. Ademais, o Si criador da singularidade na religião da arte e no desembocar da tragédia, é instrumento para o autoconhecimento do Espírito, em seus momentos, no tempo, porquanto, sua consciência-de-si revela-se a si mesma mediante as potências universais ofendidas e que reclamam vingança, pois tal religião da arte é como que um espelho do conteúdo do Espírito. Este conteúdo efetivamente presente é, pois, em-si, uma coisa, e, para a consciência, outra. O direito de cima e o de baixo recebem a significação de que o primeiro representa a potência que sabe e que se manifesta à consciência, e, o segundo toma a significação da potência que se subtrai à consciência e se esconde no mundo subterrâneo das Erínias. Esta mesma religião da arte também aguça o espírito e faz alçar a imaginação e a fantasia de todos os espectadores até às alturas da consideração de sua peculiar vida na cidade, do direito humano e do direito divino um sendo o caráter feminino, e o outro, o masculino no caudal da necessidade lógica e que é o próprio destino do Espírito total. A tragédia mostra para a consciência-de-si que não há existência que não seja já de per si cindida e que tal oposição vem a ser o máximo bem de toda a unidade do Espírito.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910