Paixões transvaloradas: o primado do afeto no pensamento de Nietzsche.
Nome: Adolfo Miranda Oleare
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/06/2011
Orientador:
Nome | Papel |
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Fernando Mendes Pessoa | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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Fernando Mendes Pessoa | Orientador |
Resumo: Seguindo a indicação nietzschiana de que a metafísica opera no sentido moral de desnaturalização e espiritualização das paixões, lançando-as ao reino do mal a ser universalmente combatido pelas instituições formadoras dos valores comuns e controladoras do ser e do agir religião, ciência, filosofia , tratarei aqui de abordar o desmascaramento da metafísica produzido pela tematização das paixões em Assim falou Zaratustra. Para tanto, tomo como base, sobretudo, o discurso Das alegrias e das paixões, ao qual outros também vêm se juntar. Pensando negar as paixões em favor do conhecimento conceitual-representativo referido à racionalidade, à consciência , os metafísicos divinizam a verdade, impedindo-se, assim, a investigação acerca do valor da verdade, isto é, dos elementos que, para além do que poderia ser a natureza da verdade, fundamentam a relação que eles próprios, enquanto criadores de suas filosofias, têm com a verdade. A perseguição às paixões é, pois, a paixão diretora dos metafísicos. Sintoma de uma pulsão dominante provém ela de ordens intransparentes, inconscientes, afetivas, apaixonadas. Contrária à tradição dualista racionalista e subjetivista , a filosofia de Nietzsche equipara vida e paixão, identificando na dimensão afetiva o motor da atividade humana, incluindo-se aí o pensamento.